SELIC e a tentação da Renda Fixa

Com a manutenção da SELIC na noite de ontem no nível de 14,25% o mercado foi pego de surpresa, afinal o consenso era de um reajuste de pelo menos 0.25%. Muito pesou o fato de a Economia Chinesa ter apresentado esta semana o pior crescimento dos últimos anos (6,5%) ligando a luz vermelha para economistas do mundo inteiro quanto a piora na desaceleração da economia global.

Ainda assim os Juros base da economia brasileira permanece entre os maiores do mundo e este aliado a recessão se tornando parte do dia a dia da economia cotidiana se torna clara a tendência de termos a Renda FIXA como protagonista na construção dos portfolios de investimentos em 2016.

Afinal o nível atual dos juros permite que muitos produtos de Renda Fixa ofereçam rendimentos elevados em torno de 20%. Mesmo aplicações mais conservadoras como Fundos DI e Títulos Públicos que acompanham a SELIC de perto estarão atraentes pois além da rentabilidade atrativa contam com baixa volatilidade e possuem liquidez diária.

Único perdedor dentro desta categoria será a Poupança que ainda se mantém como uma péssima opção, afinal tende a repetir o desempenho do último ano onde gerou retorno real negativo, perdendo para a Inflação ao fim de 12 meses.

Os maiores retornos tendem a ficar com títulos Privados, CDBs, LCIs e LCAs. Temos neste momento CDBs pagando em torno de 120%CDI (em torno de 17% ao ano). O problema reside em que muitos exigem carência de até 2 anos para o investimento.

Já as LCIs e LCAs que sempre tiveram o atrativo da isenção de Impostos estão na berlinda pois antes da sua saída o Ministro Joqauim Levy havia sinalizado com a possível tributação de algumas aplicações que contam com benefícios fiscais. Vamos ficar pendente dos passos a serem tomados neste sentido pelo atual Ministro Nelson Barbosa. Se a isenção se mantiver é possível encontrar retornos de 14% líquidos, com uma carência menor de somente 12 meses.

Lembrando a importância neste momento de alta de Juros de atentar para evitar a escolha de papéis pré-fixados pois se a inflação e os juros continuarem a subir uma Rentabilidade que é boa hoje deixa de ser amanhã.

No que envolve o fator segurança no entanto o rótulo de Baixo Risco ostentado por esta categoria já deixou de ser unanimidade. Seja título privado que conta com a proteção até 250.000 Reais do FGC (Fundo Garantidor do Crédito) ou público diretamente o Risco que se corre em ambos casos é o chamado Risco Brasil.

Com a situação atual que vivemos se formos levar ao pé da letra a classificação das Agências de Risco os títulos do governo Brasileiro estão na categoria Junk onde o Risco de Default deixa de ser algo impossível. E não é necessário recorrer a classificação destas agências para ter os pés no chão e saber que a segurança que já tivemos recentemente quanto ao Governo Brasileiro cumprir com os compromissos da dívida está balançada com o Desgoverno atual sobre as Finanças públicas.

Como todo investimento a cautela é necessária assim como o monitoramento do desempenho dos títulos que venham a ser escolhidos para investimento.

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